Quanto mais útil é a tecnologia, mais viciante se pode tornar, com maior impacto para quem sofre de “technostress”, revela estudo. Mas empresas podem ajudar a promover o uso saudável da tecnologia.
SAPO
16/10/2020
Não consegue largar o telemóvel com receio que o seu chefe o contacte? Verifica o email todos os dias antes de dormir? Como classifica a sobrecarga de tecnologia no seu dia-a-dia? Se se identifica com algum destes cenários é provável que esteja sob o efeito de technostress.
Um estudo, conduzido pelo Observatório de Liderança e Bem-Estar da Nova SBE, demonstra que à medida que aumenta a utilidade da tecnologia, maior é o risco de dependência. Num cenário potenciado pelo teletrabalho decorrente da pandemia, as organizações podem ter um papel potenciador, mas também de prevenção destes problemas.
“Quanto mais útil é a tecnologia, mais vulneráveis estão as pessoas que sentem technostresss, porque esta combinação gera adição, e esta adição gera mais technostress“, começa por explicar à Pessoas Filipa Castanheira, uma das coordenadoras do estudo em curso no Observatório de Liderança e Bem-Estar da Nova SBE.
Utilidade aumenta dependência
O conceito de technostress começou a ser estudado no final da década de 80, mas a observação dos investigadores vem trazer novos dados sobre este tipo de stress. Filipa Castanheira e Pedro Neves, investigadores do Observatório de Liderança e Bem-Estar da Nova SBE, têm vindo a estudar os efeitos do stress há várias décadas e concluem neste estudo que as pessoas que consideram a tecnologia “útil e benéfica” são a fatia da população mais vulnerável aos comportamentos de adição.
“Depois da pandemia e do confinamento, esta utilidade [da tecnologia] tornou-se vital. Utilizar tecnologias para trabalhar não é uma opção, e como preciso delas para trabalhar, acabo por não conseguir deixar de estar exposto ao efeito nocivo da tecnologia e fico dependente disso”, esclarece Filipa Castanheira.
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