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Tendência do teletrabalho não vai passar com o coronavírus

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O home office se intensifica pela pandemia e vai continuar depois que o surto for embora, defende Markus Helfen, professor da Universidade Livre de Berlim.

Correio Braziliense – Ana Paula Lisboa – 05/04/2020 –  Foto: ARQUIVO PESSOAL

O home office ou trabalho remoto já era tendência antes de o novo coronavírus impactar todos os aspectos da vida em sociedade e forçar uma migração acelerada e urgente de milhões de trabalhadores para esse formato. Afinal, em muitos casos, é o único jeito de manter-se produtivo durante a crise, garantir o funcionamento de empresas de diversos setores e preservar a saúde dos colaboradores. A metamorfose a 1000km/h que o mundo do trabalho enfrenta no momento, no entanto, não será passageira.

“O teletrabalho veio para ficar”, garante Markus Helfen, professor de gestão de pessoas da Universidade Livre de Berlim. PhD em administração pela Universidade Aachen e mestre em economia pela Universidade de Trier, ele tem como principais temas de pesquisa teoria organizacional, gestão de RH, relações industriais, empresas multinacionais de serviços, controle corporativo e instituições financeiras. Helfen é adepto de longa data do teletrabalho, sem nunca ter batido ponto desde que terminou a graduação.
 
A partir de agora, o serviço remoto se torna realidade para uma gama muito maior de profissionais — o que, apesar de tudo, pode ser um efeito positivo da pandemia. Isso porque o professor defende que esse é modelo de trabalho do futuro. Em entrevista por Skype, uma das plataformas mais tradicionais e simples para videoconferências, ele comenta os efeitos da crise do coronavírus e deixa orientações para empregados e empregadores. Confira a entrevista:
 
A tendência do home office vai continuar após a crise do coronavírus? Ou será que esse movimento de escritório em casa, que tem sido adotado por muitos trabalhadores, só durará enquanto houver a pandemia? Quais são as suas expectativas a este respeito?
 
Imagine se a crise do coronavírus tivesse acontecido sob condições diferentes, quando simplesmente não havia uma infraestrutura de internet? Muitos mais trabalhos se tornariam impraticáveis. Hoje, trabalho móvel, a distância ou on-line é possível para certos grupos que, sem isso, ficariam ociosos. Só de permitir que mais gente seja produtiva, isso já é positivo. É preciso dizer que o home office é algo que começou há muito tempo e agora está se expandindo muito mais rapidamente por causa da crise do coronavírus. Não vejo nenhuma razão para que isso se reverta ou para que essa tendência não continue. O que está acontecendo agora é só a aceleração de algo que já estava acontecendo de qualquer maneira. Em termos concretos para os colegas do Brasil, o que posso dizer é: apesar de tudo, o vírus tem um efeito positivo, pois assim vocês poderão se familiarizar com o mundo do trabalho do futuro, que é móvel.
 
 
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