22 de novembro de 2024

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Associação dos Servidores do FNDE

PEC Emergencial é promulgada sem item que vetava promoção de servidores durante crise fiscal

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Trecho que permitia mais uma retirada de direitos foi apagado do texto em razão das pressões feitas por entidades do funcionalismo, a exemplo da Anajus

Anajus Notícias
15/03/2021

Foi promulgada hoje, 15/03, pelo Congresso Nacional, a PEC Emergencial, como é chamada a Proposta de Emenda à Constituição nº 186/2019, que permite o retorno do pagamento do auxílio emergencial às famílias mais vulneráveis atingida pelos efeitos da pandemia. A partir de agora, a matéria se torna a Emenda Constitucional 109/2021. O texto, aprovado pela Câmara na última sexta-feira (12/03), depois de passar pelo Senado, passou por vários ajustes impostos por pressão de entidades de servidores públicos, a exemplo da Anajus, incluindo a exclusão do dispositivo que proibia a promoção no serviço público em períodos de crise fiscal, que serão estabelecidos por critérios apontados na PEC.

A cerimônia aconteceu em sessão solene semipresencial no Congresso Nacional e contou com a presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Em pronunciamento O senador disse não ser o momento para realizar mais uma medida de contenção, visto que o país tem se esforçado para realizar o equilíbrio das contas públicas.

“Durante os últimos anos, o Brasil vem empreendendo um notável esforço de ajuste fiscal, compreendendo a fixação de um teto máximo de gastos do poder público, um orçamento que caiba na receita tributária do país, a modernização e a dinamização da economia”, explicou.

Reforma Administrativa: luta constante

A Anajus (Associação dos Analistas do Poder Judiciário e do Ministério Público da União – Anajus), destaca que já haviam sido retirados do texto, por pressão dos servidores e representantes da categoria, os trechos que propunham a redução de 25% dos salários e da jornada dos servidores, além do congelamento dos salários por 2 anos após o período da pandemia. Apesar do saldo positivo, nem tudo são flores, alerou o assessor parlamentar da Anajus Edinho Magalhães. “As maldades retiradas na PEC Emergencial devem vir na Reforma Administrativa. Enfim, é uma luta constante. Estamos sob ataque, e é preciso se defender”, afirmou.

A propósito, O presidente da Câmara disse que os deputados devem começar a tratar nesta semana da admissibilidade da reforma administrativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Há também preocupação dos servidores com a manutenção do trecho que institui o gatilho automático de 95% foi mantido. De acordo com esse dispositivo, sempre que as despesas obrigatórias ultrapassarem a porcentagem, alguns gatilhos de contenção serão acionados para evitar o descontrole fiscal. Com isso, o governo será proibido de realizar o reajuste dos salários dos servidores, a contratação de novos funcionários e a criação de bônus.

Em caso de decreto de calamidade pública, os gatilhos também serão ativados e os governos que não os adotarem sofrerão sanções. Projeções de especialistas sugerem que a PEC não deve ter efeito imediato, uma vez que devem levar quatro anos até que os gastos com as despesas obrigatórias disparem os gatilhos.

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