22 de novembro de 2024

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Associação dos Servidores do FNDE

Joga pedra no servidor público

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Os ataques aos servidores públicos são constantes, quase diários. Sintomaticamente, o Ministro da Economia, senhor Paulo Guedes, qualificou os servidores públicos como parasitas, assaltantes e inimigos.

Diário do Poder – 16/06/2020

Noticiou o site jornalístico Metrópoles no dia 10 de junho (manchete): “Maia: prorrogar o auxílio emergencial depende de corte salarial de servidor”. O texto da matéria detalha: “O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (10/06) que o gasto da União para manter o auxílio emergencial de R$ 600 por mais dois meses seria superior a R$ 99 bilhões. Segundo ele, isso exigiria um corte de salários de todos os servidores federais. As informações foram dadas em entrevista à Rádio Gaúcha”.

O site da Folha de S. Paulo do dia 11 de junho registrou (manchete): “Zambelli apresenta PEC para cortar salários do Executivo, Legislativo e Judiciário. Proposta reduz pagamentos em 25% para servidores que recebem acima de R$ 15 mil”. Zambelli se refere à deputada federal Carla Zambelli, “estrela” de primeira grandeza do bolsonarismo.

Os ataques aos servidores públicos são constantes, quase diários. Sintomaticamente, o Ministro da Economia, senhor Paulo Guedes, qualificou os servidores públicos como parasitas, assaltantes e inimigos. As falas públicas foram as seguintes (site metropoles.com):

“O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”.

“Por favor, não assaltem o Brasil enquanto o Brasil está nocauteado. É inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão, que usem a desculpa para saquear o Brasil”.

“Todo mundo está achando que, tão distraídos, abraçaram a gente, enrolaram com a gente. Nós já botamos a granada no bolso do inimigo: dois anos sem aumento de salário”.

Nos últimos dias, em peça publicitária veiculada nas mídias, a indefectível Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) solicitou aos deputados e senadores que não derrubem o veto presidencial definidor do congelamento, por dois anos, de reajustes dos servidores públicos federais, estaduais e municipais. A entidade patronal associa a redução da renda dos trabalhadores em geral, durante a pandemia do novo coronavírus, aos servidores públicos. Parece até que se o veto for derrubado ocorrerão reajustes automáticos de remunerações em clara afronta ao disposto no art. 37, inciso X, da Constituição, que exige a remessa pelos Executivos aos Legislativos de projetos de lei específicos para esses fins.

A coleção de pedras (injúrias, difamações, deturpações, mentiras, fake news, etc) jogadas contra os servidores públicos parece não ter fim. O grande Chico Buarque, numa de suas canções mais marcantes e significativas, cantou com energia:

“Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni”

Nos últimos tempos, a Geni do repulsivo Zepelim (ícone da indústria alemã nazista !!!), com muito mais propriedade, é o servidor público. Pelo visto e ouvido, os servidores públicos seriam os responsáveis pelas incomensuráveis mazelas nacionais, verdadeiras aves de rapinas vis e toscas. Seriam, esses monstros, seres humanos com coração e sentimentos? Malditos servidores públicos !!!

Vale registrar que os servidores públicos federais foram duramente atacados e amargaram uma injusta reforma previdenciária no segundo semestre de 2018. Sequer regras de transição minimamente razoáveis foram adotadas.

No primeiro semestre desse ano de 2020, os servidores públicos federais tiveram uma significativa redução remuneratória com a aplicação das alíquotas previdenciárias progressivas definidas pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019. As alíquotas nominais de 11% passaram para patamares de 12 a 22% (para remunerações acima de dois mil reais). Observe-se que sequer foi criado e operacionalizado o fundo previsto no art. 249 da Constituição, destino das contribuições previdenciárias dos servidores públicos.

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