Deputado estimou que a PEC da reforma da Previdência não tem o apoio de mais de 200 deputados, bem abaixo dos 308 votos necessários para aprovação de alteração constitucional.
Exame / Reuters
21 de maio de 2019 –
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados/Agência Câmara
O presidente da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a proposta de reforma da Previdência, Marcelo Ramos (PR-AM), disse nesta segunda-feira que o governo do presidente Jair Bolsonaro é incapaz de formar uma maioria para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma.
Ele disse, no entanto, que o país não pode ficar refém dessa situação e que o Congresso vai liderar o processo da reforma, apontada como crucial para o equilíbrio das contas públicas.
“Nós temos que isolar os problemas com a postura do governo e fazer o que tem que ser feito para o Brasil, que é fazer a reforma da Previdência andar. Independente do governo, vamos fazer a reforma andar”, disse Ramos à Reuters.
O deputado estimou que a PEC da reforma não tem o apoio de mais de 200 deputados, bem abaixo dos 308 votos necessários para ser aprovada em dois turnos de votação na Casa e ser encaminhada para análise no Senado. Ele apontou a precária relação de Bolsonaro com o Congresso como culpada.
“Eu acho que as demonstrações dele (Bolsonaro) desde que ele era parlamentar, e agora são reafirmadas, são de desprezo à democracia. Agora precisamos isolar essa atitude antidemocrática e de pouco respeito às instituições e não deixar que o país paralise por conta dessa postura”, afirmou o deputado.
As declarações de Ramos vêm pouco depois de Bolsonaro afirmar em discurso na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) que o problema do Brasil é a classe política.
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